Foram 10 anos estudando na SATC, agora UniSatc! Eu não tinha pressa para concluir o curso de jornalismo. No último dia, resolvi bater uma fotografia ao lado do cartaz colocado no pátio da UniSatc e que explica o verbo ressignificar. Atribuir um novo significado a algo, dar um sentido diferente a alguma coisa. Quem lembrança simbólica e linda para eu levar de uma instituição que ampliou minha visão de mundo, não me deixou parar no tempo e me abriu diversas oportunidades de ocupar novos lugares na sociedade!
Durante anos eu sonhei em fazer mestrado e doutorado na área de matemática, mas as condições financeiras não permitiram. Quando eu poderia enfrentar esta barreira, resolvi realizar um sonho de adolescência. Lembrei do meu pai colocando a canga nos bois para puxar a carroça e ir trabalhar nas roças da Linha São Miguel, em Jaborá, oeste catarinese. Foi difícil tomar coragem e pedir que ele pagasse um curso de jornalismo oferecido pelo Instituto Universal Brasileiro. O rádio divulgava e o correio entregava. Eram somente duas apostilas, meu pai pagou somente uma... Mas, ainda lembro que sentada na cama de colchão de palhas de milho, eu estudava sobre o que é um lead e as dez classes gramaticais.
Depois que eu reclamei com seu Jair, um dos líderes da Casa Espírita Seara de Jesus, lamentando que Deus não me pegava no colo, muita coisa mudou. Tudo o que eu desejava acontecia e voltar a estudar foi uma das bençãos recebidas. Teve fases da faculdade em que pensei em desistir, mas uma força maior me segurou e segui até que a caminhada ficou leve.
Carrego lembranças marcantes da minha formação: os desafios propostos pela professora Nádia Couto; a presença vibrante de Karina Farias; a delicadeza de Marli Vitali; a densidade das aulas de Diego Piovesan, que na pandemia conseguiu nos manter engajados; o entusiasmo de Cláudia Formenti ao estender os estudos de Cultura comigo e com Fernando Shock até o último minuto; as descobertas culturais proporcionadas por Fábio Cadorin; a habilidade de Janine Salvaro em amenizar minha resistência ao marketing; a profundidade dos temas trazidos por Christian Deboita; a seriedade do trabalho de Davi Carrer; as superações diante das câmeras sob orientação de Lize Búrigo; e a objetividade de Lucas Jorge. Sei que, ao citar nomes, posso ter deixado de mencionar outros igualmente essenciais, mas todos, sem exceção, marcaram minha trajetória acadêmica.
Por ser uma aluna irregular nunca estabeleci um vínculo com uma turma. Muitos dos meus colegas eu vejo na TV, no rádio, em portais ou trabalhando com assessorias. Acho lindo vê-los evoluindo. Acho esta carreira linda demais. Minha experiência como estagiária do Tribuna de Notícias me fez ter a certeza de que era essa a vida que eu queria ter vivido. Mas, já fiz meu percurso na Educação e tenho profundo respeito pelo que aprendi como professora e agradeço pelas oportunidades de transformação que aconteceram dentro das salas de aula.
Agora eu só penso no meu ano sabático. Depois vou ver o que eu faço com tudo o que eu aprendi na Educação, no curso de Jornalismo e nas experiências com as quais fui presenteada nestes anos que estou no Planeta Terra. Fechei ciclos. Ainda não sei bem como será daqui para a frente. O que importa é que estou me preparando para o futuro!








