A
10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2014) é uma
realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) com apoio
da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promoção do Ministério da
Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC).
Em 2014 aconteceu a sua 10ª edição
atingindo quase a totalidade das escolas públicas brasileiras. Essa olimpíada
já é a maior do mundo! Para a 1ª Fase foram inscritos na OBMEP 2014 um total de
18.193.130 alunos de 46.712 escolas, localizadas em 5.533 municípios (99.41 %
do total). A prova da 1ª fase, realizada no dia 27 de maio, era composta de 20
questões objetivas (múltipla escolha) e aplicada nas próprias escolas. Coube a
cada estabelecimento de ensino participante fazer a correção das provas dos
níveis 1, 2 e 3 (com base em gabaritos enviados pela coordenação da OBMEP) e
selecionar cerca de 5% dos alunos com melhor pontuação.
Classificaram-se para fazer a prova da
2ª fase que aconteceu no dia 13 de setembro, 907.446 alunos de mais de 41 mil
escolas de todo o país. A prova da 2ª fase da OBMEP teve duração de três horas
e era composta de seis questões discursivas, nas quais os alunos deviam
expressar de forma clara os cálculos e o raciocínio empregado. A correção foi
realizada em duas etapas – a primeira, regional, por professores universitários
indicados pela coordenação da Olimpíada, e a segunda, nacional, por um grupo de
professores supervisionado pelo comitê de provas da OBMEP.
Os alunos que participaram da 2ª Fase da
Olimpíada de Matemática concorreram, em nível nacional, a 500 medalhas de ouro,
1500 medalhas de prata, 4500 medalhas de bronze e até 46200 Menções Honrosas.
O Estado de Santa Catarina foi premiado
com 22 medalhas de ouro, 71 medalhas de prata e 190 medalhas de bronze. Um
total de 2079 alunos catarinenses recebeu Menção Honrosa.
A OBMEP
foi criada em 2005 e a região da AMREC demorou 10 anos para conquistar medalhas
de prata e de ouro. Até a 9ª edição tinha sido premiada com apenas 7 medalhas
de bronze. Somente nesta última – a 10ª edição – foi premiada com 3 medalhas de
outro, 2 de prata, 15 de bronze e 87 menções honrosas (ano passado recebeu
106).
Nas nove edições anteriores tivemos os
seguintes alunos premiados: o aluno Rafael Vieira Jeremias, do Colégio
Lapagesse foi premiado em 2009 e o aluno Diego Dagostin Frasson, da EMEF
Tranqüilo Pisseti, do município de Içara foi premiado em 2010. Em 2013 recebemos
quatro medalhas de bronze para o nível 1: Gregory Nykolas Topanotti (EMEIEF
Jorge da Cunha Carneiro - Criciúma), Ana Julia Goulart Librelato (EEB
Professora Maria da Glória Silva - Içara), Vanderval Borges de Souza Junior
(EMEF Maria Bitencourt Lodetti - Içara), João Vitor de Oliveira (EEB Visconde
De Taunay – Lauro Muller) e, apenas uma medalha de bronze para o nível 2:
Mateus Bez Fontana (EEF Demétrio Bettiol – Cocal do Sul).
O município de Criciúma continua sem
nunca ter sido premiado com medalha de ouro e prata e recebeu 36 Menções
Honrosas (5 a menos que no ano passado). Tivemos outros municípios da AMREC
premiados com menções honrosas: Cocal do Sul (9), Içara (22), Lauro Muller (1),
Nova Veneza (6), Urussanga (7), Orleans (3), Forquilhinha (2), Morro da Fumaça
(1) e Siderópolis (1).
Comparei
com outros municípios catarinenses como Blumenau (77 menções honrosas e 18
medalhas), Concórdia (29 menções honrosas e 4 medalhas), Florianópolis (mais de
100 menções honrosas e 30 medalhas) e Joinville (315 menções honrosas e 48
medalhas), Lages (11 menções honrosas e nenhuma medalha) e Chapecó (34 menções
honrosas e 10 medalhas).
Obviamente,
teríamos que levar em consideração o número de alunos inscritos em cada
município, para sermos mais rigorosos nas avaliações: no entanto, a maioria das
escolas participou e esses dados nos ajudam a verificar as cidades que mais se
destacam e aquelas que precisam refletir ainda mais sobre sua prática
pedagógica e buscar recursos que realmente garantam a aprendizagem do aluno.
Minha pesquisa é simples e limitada, não tem a pretensão de avaliar
detalhadamente o ensino de matemática. Quero compreender, um pouco
mais, como está a situação do ensino de matemática na região sul catarinense. Há
muito tempo fiquei muito impressionada com esses dados que observei em relação
a Joinville e Blumenau. Gostaria de saber mais sobre a Educação daquelas
cidades porque certamente temos muito a aprender com seus educadores. Tenho
percebido que Florianópolis e Chapecó tem avançado no decorrer dos anos.
Mudar
essa realidade não e nada fácil! São inúmeros fatores que interferem, como: o
descaso dos pais com a Educação dos filhos, o desinteresse dos estudantes pela
própria aprendizagem, os recursos multimídias mais atrativos que as atividades
escolares, a falta de cursos de formação com foco em recursos que ajudem os
professores a buscar a eficiência, a carga excessiva de trabalhos de alguns
professores, o descaso do poder público com a Educação e não podemos negar que
há diversos casos de incompetência profissional.
Precisamos
discutir essas questões. O economista e especialista em Educação, Gustavo
Ioschpe, realizou uma palestra em Criciúma no ano de 2013 e apresentou uma ação
necessária para mudar a situação brasileira: “É preciso convencer a sociedade
de que a Educação é importante e que estamos mal.” Eu aproveito pra
parafraseá-lo: “É preciso convencer a sociedade e os governantes da região sul
de Santa Catarina de que a matemática é importante e que estamos mal.” Quem
sabe, assim, agiremos em busca de alternativas que façam diferença na qualidade
de nosso ensino. Há uma esperança: Posso estar errada!
Não temos
bons resultados a nível estadual pelas comparações que fiz. Percebi um pequeno
crescimento na nossa região. Comemorei muito a chegada de medalhas de ouro e de
prata, mas não vejo essas conquistas como um grande avanço, embora pareça. Para
mim, é como se o Criciúma Esporte Clube fosse rebaixado para a Série B na 17ª
posição e não como lanterna! Quem tem coragem de assumir posições importantes
dentro das Secretarias de Educação precisa elaborar projetos, pesquisar boas
ideias, criar estratégias, melhorar a base, buscar recursos e investir em
treinamento para que nossos alunos sejam bem preparados para enfrentar os
desafios. Só assim, teremos uma torcida vibrando e comemorando vitórias
importantes e inesquecíveis.
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