sábado, 29 de novembro de 2014

ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PELOS MUNICÍPIOS DA AMREC NA OBMEP – OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS 2014.



A 10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2014) é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promoção do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC).
Em 2014 aconteceu a sua 10ª edição atingindo quase a totalidade das escolas públicas brasileiras. Essa olimpíada já é a maior do mundo! Para a 1ª Fase foram inscritos na OBMEP 2014 um total de 18.193.130 alunos de 46.712 escolas, localizadas em 5.533 municípios (99.41 % do total). A prova da 1ª fase, realizada no dia 27 de maio, era composta de 20 questões objetivas (múltipla escolha) e aplicada nas próprias escolas. Coube a cada estabelecimento de ensino participante fazer a correção das provas dos níveis 1, 2 e 3 (com base em gabaritos enviados pela coordenação da OBMEP) e selecionar cerca de 5% dos alunos com melhor pontuação.
Classificaram-se para fazer a prova da 2ª fase que aconteceu no dia 13 de setembro, 907.446 alunos de mais de 41 mil escolas de todo o país. A prova da 2ª fase da OBMEP teve duração de três horas e era composta de seis questões discursivas, nas quais os alunos deviam expressar de forma clara os cálculos e o raciocínio empregado. A correção foi realizada em duas etapas – a primeira, regional, por professores universitários indicados pela coordenação da Olimpíada, e a segunda, nacional, por um grupo de professores supervisionado pelo comitê de provas da OBMEP.
Os alunos que participaram da 2ª Fase da Olimpíada de Matemática concorreram, em nível nacional, a 500 medalhas de ouro, 1500 medalhas de prata, 4500 medalhas de bronze e até 46200 Menções Honrosas.
O Estado de Santa Catarina foi premiado com 22 medalhas de ouro, 71 medalhas de prata e 190 medalhas de bronze. Um total de 2079 alunos catarinenses recebeu Menção Honrosa.
A OBMEP foi criada em 2005 e a região da AMREC demorou 10 anos para conquistar medalhas de prata e de ouro. Até a 9ª edição tinha sido premiada com apenas 7 medalhas de bronze. Somente nesta última – a 10ª edição – foi premiada com 3 medalhas de outro, 2 de prata, 15 de bronze e 87 menções honrosas (ano passado recebeu 106).
Nas nove edições anteriores tivemos os seguintes alunos premiados: o aluno Rafael Vieira Jeremias, do Colégio Lapagesse foi premiado em 2009 e o aluno Diego Dagostin Frasson, da EMEF Tranqüilo Pisseti, do município de Içara foi premiado em 2010. Em 2013 recebemos quatro medalhas de bronze para o nível 1: Gregory Nykolas Topanotti (EMEIEF Jorge da Cunha Carneiro - Criciúma), Ana Julia Goulart Librelato (EEB Professora Maria da Glória Silva - Içara), Vanderval Borges de Souza Junior (EMEF Maria Bitencourt Lodetti - Içara), João Vitor de Oliveira (EEB Visconde De Taunay – Lauro Muller) e, apenas uma medalha de bronze para o nível 2: Mateus Bez Fontana (EEF Demétrio Bettiol – Cocal do Sul).

O município de Criciúma continua sem nunca ter sido premiado com medalha de ouro e prata e recebeu 36 Menções Honrosas (5 a menos que no ano passado). Tivemos outros municípios da AMREC premiados com menções honrosas: Cocal do Sul (9), Içara (22), Lauro Muller (1), Nova Veneza (6), Urussanga (7), Orleans (3), Forquilhinha (2), Morro da Fumaça (1) e Siderópolis (1).
Comparei com outros municípios catarinenses como Blumenau (77 menções honrosas e 18 medalhas), Concórdia (29 menções honrosas e 4 medalhas), Florianópolis (mais de 100 menções honrosas e 30 medalhas) e Joinville (315 menções honrosas e 48 medalhas), Lages (11 menções honrosas e nenhuma medalha) e Chapecó (34 menções honrosas e 10 medalhas).
Obviamente, teríamos que levar em consideração o número de alunos inscritos em cada município, para sermos mais rigorosos nas avaliações: no entanto, a maioria das escolas participou e esses dados nos ajudam a verificar as cidades que mais se destacam e aquelas que precisam refletir ainda mais sobre sua prática pedagógica e buscar recursos que realmente garantam a aprendizagem do aluno. Minha pesquisa é simples e limitada, não tem a pretensão de avaliar detalhadamente o ensino de matemática.  Quero compreender, um pouco mais, como está a situação do ensino de matemática na região sul catarinense. Há muito tempo fiquei muito impressionada com esses dados que observei em relação a Joinville e Blumenau. Gostaria de saber mais sobre a Educação daquelas cidades porque certamente temos muito a aprender com seus educadores. Tenho percebido que Florianópolis e Chapecó tem avançado no decorrer dos anos.
Mudar essa realidade não e nada fácil! São inúmeros fatores que interferem, como: o descaso dos pais com a Educação dos filhos, o desinteresse dos estudantes pela própria aprendizagem, os recursos multimídias mais atrativos que as atividades escolares, a falta de cursos de formação com foco em recursos que ajudem os professores a buscar a eficiência, a carga excessiva de trabalhos de alguns professores, o descaso do poder público com a Educação e não podemos negar que há diversos casos de incompetência profissional.
Precisamos discutir essas questões. O economista e especialista em Educação, Gustavo Ioschpe, realizou uma palestra em Criciúma no ano de 2013 e apresentou uma ação necessária para mudar a situação brasileira: “É preciso convencer a sociedade de que a Educação é importante e que estamos mal.” Eu aproveito pra parafraseá-lo: “É preciso convencer a sociedade e os governantes da região sul de Santa Catarina de que a matemática é importante e que estamos mal.” Quem sabe, assim, agiremos em busca de alternativas que façam diferença na qualidade de nosso ensino. Há uma esperança: Posso estar errada!
Não temos bons resultados a nível estadual pelas comparações que fiz. Percebi um pequeno crescimento na nossa região. Comemorei muito a chegada de medalhas de ouro e de prata, mas não vejo essas conquistas como um grande avanço, embora pareça. Para mim, é como se o Criciúma Esporte Clube fosse rebaixado para a Série B na 17ª posição e não como lanterna! Quem tem coragem de assumir posições importantes dentro das Secretarias de Educação precisa elaborar projetos, pesquisar boas ideias, criar estratégias, melhorar a base, buscar recursos e investir em treinamento para que nossos alunos sejam bem preparados para enfrentar os desafios. Só assim, teremos uma torcida vibrando e comemorando vitórias importantes e inesquecíveis.


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