Justificativa
Por diversas vezes Santa Catarina
apareceu nos noticiários por causa de fenômenos naturais que atingiram o
estado, como enchentes, deslizamentos de terra, tornado, ciclones e até mesmo
um furacão. Nos últimos anos, no entanto, tem chamado a atenção o número de
ciclones que se formaram na costa sul do Brasil e que provocaram principalmente
chuva intensa e ventos fortes, “bagunçando” o clima e muitas vezes causando
grande prejuízo material.
Faz algum tempo que observo que os
alunos são frequentemente surpreendidos por temporais nos finais de tarde e a
maioria não tem guarda chuva ou sombrinha para se protegerem até chegarem em
casa. Por várias vezes me questionei se ouviam a previsão do tempo na TV ou
rádio antes de saírem de casa ou se “davam ouvidos” aos conselhos dos pais
sobre levar um guarda chuva na mochila porque iria chover. Cheguei à conclusão de
que eles não faziam nem uma coisa nem outra. Também me questionava se eles
sabiam que aquela chuva repentina, aquela mudança brusca no clima era, muitas
vezes, ocasionada pela formação de um ciclone no nosso litoral.
O livro didático que usamos em
nossas aulas é o Alive!8 da Editora Anzol cuja Unit 3 – The weather and natural
disasters – é referente ao clima e ao fenômenos naturais. Achei interessante
incrementar esta unidade elaborando uma sequência didática que trabalhasse os
fenômenos naturais, o vocabulário relacionado ao tempo, as curiosidades sobre o
clima em outros países e de nosso país sem, no entanto, perder o foco principal
que é o aprendizado da língua inglesa.
Para iniciar a sequência didática,
elaborei um questionário em inglês em que os alunos deveriam responder em
inglês, com o auxílio do dicionário bilíngue. Como a turma tem aulas de inglês
nas 4as feiras (2 aulas) e 5as feiras (1 aula) organizei o calendário para
iniciar a sequência no dia 09/03. Porém, no dia anterior os meios de
comunicação, inclusive um jornal exibição nacional, noticiou a formação de um ciclone
no litoral sul do Brasil. Acessei o site da Defesa Civil e lá encontrei o
alerta de formação de ciclone e o pedido para a população acompanhar a previsão
meteorológica para os dias seguintes. Senti que realizar esta sequência
didática ajudaria muito os alunos a aprenderem inglês e também a tomarem
consciência dos fenômenos naturais que acontecem em nosso estado.
Objetivos
Esta sequência didática teve por
objetivo o aprendizado da língua inglesa a partir do estudo dos fenômenos
naturais e do vocabulário relacionado ao clima. Durante a sequência foi
resgatado o vocabulário já aprendido pelos alunos, como as profissões e os
países em inglês. Além disso foram abordadas questões culturais como ditados
populares e expressões idiomáticas, maneiras empíricas de previsão do tempo e
alertas feitos por meteorologistas de órgãos como a Defesa Civil, bem como a
maneira como outros países lidam com a questão do clima.
As atividades desta sequência foram
pensadas e executadas para que as quatro habilidades da língua inglesas fossem
contempladas (reading, writing, listening, speaking). Além destas, outras
disciplinas, especialmente a Geografia, serviram de base para as atividades. Esperava-se
com esta sequência que os alunos ampliassem e consolidassem o vocabulário da
língua inglesa referente aos fenômenos naturais e sobre o clima de forma lúdica
e atrativa, por se tratar de um assunto que faz parte da vida de todos os
alunos, independente de acompanharem a previsão do tempo ou não.
Conteúdos
Curriculares
Apesar de o foco ser o aprendizado
da língua inglesa, esta sequência contou, principalmente, com conteúdo já
aprendido ou ainda por aprender de Geografia, como no caso da movimentação das
placas tectônicas que causam terremotos e tsunamis, os sistemas de baixa
pressão que podem levar a formação de ciclones, que por sua vez podem causar
chuvas intensas e provocar alagamentos. Tentou-se, no entanto, não perder de
vista o objetivo desta sequência, que é o aprendizado da língua inglesa. Os
conteúdos trabalhados nesta sequência didática foram:
- uso do dicionário bilíngue português/inglês
para responder, em inglês, ao questionário;
- nomes das profissões em inglês
(principalmente as que dependem da previsão do tempo);
- curiosidades sobre o clima de outros
países e diferentes maneiras de fazer a previsão do tempo;
- expressões idiomáticas em inglês para
descrever o clima (ex.: It’s raining cat’s and dog’s) e expressões que usam
vocabulário do clima (ex.: make storm in a teacup);
- adjetivos relacionados a descrição
do clima (rainny, sunny, etc...)
- jogo online em inglês para a
prática de listening e assimilação dos adjetivos relacionados ao clima;
- nomes dos países em inglês
(revisão);
- vocabulário sobre os eventos /
desastres naturais em inglês;
- pesquisa sobre desastres naturais
que aconteceram no Brasil e no mundo;
- debate sobre o clima e histórias
que os alunos contaram sobre fenômenos da natura que presenciaram ou ouviram
falar.
Metodologia
Comecei esta sequência didática no
dia 09 de março, distribuindo para cada aluno uma cópia do alerta da Defesa
Civil de Santa Catarina, retirado do site. Neste alerta, a Defesa Civil informava
sobre as condições do tempo, que seria de vento e chuva intensos, devido a
formação de um ciclone. Pedia, ainda que a população acompanhasse os avisos
meteorológicos, pois poderia haver mudanças no deslocamento do ciclone.
Comentei que eles não precisavam ficar assustados, pois, segundo o alerta, o
ciclone provocaria condições no mar e chuva intensa. Logo em seguida comentamos
sobre a previsão do tempo do Jornal Nacional do dia anterior, 08 de março, em
que Criciúma apareceu no mapa da previsão do tempo e a repórter alertando sobre
as condições do clima. Aproveitei para perguntar se eles costumavam assistir a
previsão do tempo. Alguns disseram que às vezes assistiam a previsão do tempo
pela TV.
Em seguida entreguei a eles um
questionário em inglês com as seguintes perguntas:
1) Do you check the weather forecast before coming to school? How do you
get informed about the weather: from your mother, radio, TV or other? (Você confere a
previsão do tempo antes de vir à escola? Como você se informa sobre o clima:
com sua mãe, pelo rádio, TV ou outro?)
2) In your opinion, is it important to check the weather forecast before
leaving home? Why?
(Na sua opinião,
é importante conferir a previsão do tempo antes de sair de casa? Por que?)
3) What are the professions that depend on the weather forecast? (Quais são as
profissões que dependem da previsão do tempo?)
4) Do you know somebody (in your house or family) that checks the
weather forecast because of the profession? (Você sabe de alguém (na sua casa ou
família) que confere a previsão do tempo por causa da profissão?)
Eles responderam estas perguntas em
inglês, com a ajuda do dicionário bilíngue.
Na aula seguinte, antes de devolver
os questionários corrigidos, fiz com eles uma análise das respostas, escrevendo
esta análise no quadro. De acordo com o questionário:
- quem os informa sobre a previsão
do tempo é, na maioria das vezes, a mãe ou a TV;
-
as profissões mais citadas que dependem da previsão do tempo foram: painter,
mason, farmer, civil engineer, jornalist/repórter, fisherman, motoboy;
- as pessoas que dependem da previsão do tempo são:
father, mother, brother (that uses the bike to go to work, neighbour (motoboy);
- os motivos para acompanhar a previsão do tempo são:
because it’s important / to prevent accidents / to see what clothes to wear.
Em
seguida entreguei uma folha com curiosidades sobre previsão do tempo e clima no
Brasil e outros países. Nesta folha coloquei curiosidades sobre países como a
Inglaterra, Portugal, Suíça, Japão e Estados Unidos. Coloquei também alguns
ditados populares de vários países e também do Brasil sobre a previsão do
tempo, como um que é falado no sul do Brasil “Cerração baixa, sol que racha”.
Quando perguntei a eles se conheciam outras formas de fazer a previsão do tempo
de forma empírica, ou seja, sem consultar a previsão meteorológica, alguns
alunos deram respostas bem interessantes:
-
“Minha mãe sabe que o tempo vai mudar porque os azulejos do banheiro ficam
molhados e escorrem.” – Manoel
-
“Minha mão tem um tipo de reumatismo que, quando vai chover, dói o braço dela.”
– Amanda
-
“A minha mãe olha para o céu e se tiver muitas estrelas ela diz que no outro
dia vai dar sol” – Leonardo
-
“O meu padrasto usa marcapasso e, quando vai chover ele sente dor no peito.”-
Talita
Para
fazer uma relação com os ditados populares sobre a previsão do tempo em
português , entreguei aos alunos uma folha com expressões idiomáticas em inglês
que falam sobre a previsão do tempo ou que usam vocabulário do clima para falar
de outros assuntos. Em sala conversamos sobre o significado das expressões
idiomáticas, coloquei exemplos no quadro e trabalhamos a pronúncia dos mesmos
em inglês.
Na
aula seguinte trabalhamos a pronúncia dos adjetivos relacionados ao clima. Entreguei
para eles uma folha com alguns destes adjetivos, que escolhi por serem os mais
usados (rainny, sunny, windy...) e logo abaixo um círculo feito a partir de um
CD para que confeccionassem o Weather Disc. Pedi aos alunos que riscassem o
círculo em 8 partes e escolhessem 8 adjetivos, um para cada parte. Pedi que
fizessem um desenho representando cada adjetivo.
Enquanto
a turma confeccionava o Weather Disc, levava os alunos, de 6 em 6 para a sala
de informática para jogarem um game gratuito da British Council, disponível
online, chamado “What’s the weather like?”. Neste game, o homem do tempo
(weather man) fala em inglês a condição do tempo em um país. Os alunos tinham
que arrastar o ícone do tempo até a bandeira do país. É um jogo rápido, de no
máximo 10 minutos, mas que os gostaram por ser bem interativo e usar o
vocabulário que eles estavam estudando, além de rever os nomes dos países. Eles
tiveram que ir em grupos de 6 pois dos 15 computadores da sala de informática,
apenas 6 funcionaram naquele dia.
Ajudei
os alunos a concluírem o disco, colando em um papel cartão e furando com
percevejo para segurar uma seta de papelão. Ajudei-os nesta parte do trabalho para
que não se machucassem, uma vez que teriam que manusear percevejos e alicate
para dobrar a ponta do percevejo. Depois de prontos os alunos colaram os discos
na parede no fundo da sala. Cada um recebeu, para colar em seu caderno, o
Weather Report que nada mais é que uma folha para anotar o dia e a condição do
clima naquele dia. Eles teriam que monitorar o clima por uma semana, escrevendo
a data e o clima em inglês.
Na
semana seguinte olhei os cadernos dos alunos e percebi que a maioria, 95%, tinham completado o Weather Report conforme
solicitado. Depois disto entreguei a eles uma folha com os principais eventos
naturais, o Natural Events. Trabalharmos a pronúncia dos eventos naturais e em
seguida falei da atividade que iriam realizar. Nesta atividade teriam que
pesquisar um evento natural que aconteceu no Brasil ou outros países e escrever
na folha. Fomos até a sala de informática e lá eles fizeram a atividade
solicitada. No dia seguinte trabalhei com o livro didático, na unidade 2, com
uma atividade que relacionava a descrição do fenômeno ao seu nome em inglês.
Na
outra semana, levei a turma para a sala de vídeo e lá mostrei a eles dois vídeos:
era uma reportagem do Fantástico sobre os tornados nos Estados Unidos, outra reportagem
feita pela Climatempo, sobre o furacão Catarina, o primeiro ocorrido no Brasil.
Devolvi a atividade da semana anterior e conversávamos sobre os eventos que
eles pesquisaram, quando a aluna Kaylaine disse que sua avó lhe contou que, quando
aconteceu o furacão Catarina ela tinha um ano de idade. O vento forte destelhou
a casa onde moravam e as fraldas dela foram parar na rua. Foi importante que os
alunos ouvissem o relato da colega sobre a forma como um fenômeno natural
marcou a vida dela.
Ao
voltarmos para a sala de aula trabalhamos a página 46 do livro, que falava
sobre tornados.
Para
retomar todo o assunto estudado até o momento e como forma de consolidar o que
já aprenderam, optei por fazer com a turma uma avaliação. A avaliação foi feita
na semana seguinte. Depois de corrigidas, devolvi aos alunos e aqueles cujas
notas foram inferior a 7,0 realizaram a recuperação paralela. Desta forma a
sequência didática foi encerrada, mas o assunto continuou a ser trabalhado de
forma indireta nas aulas seguintes quando começamos a estudar o Present
Perfect. O vocabulário sobre o clima e fenômenos naturais apareceu nos exemplos
e exercícios, tantos os elaborados por mim, como os trazidos pelo livro
didático.
Adequação das
propostas caso haja alunos com necessidades educacionais especiais – NEE
Não
há nesta turma aluno/a com necessidades educacionais.
Avaliação
Optei por avaliar os alunos a cada
atividade desta sequencia. Desta forma, cada atividade realizada recebia uma
nota. Algumas atividade eram avaliadas com notas de 0 a 5 pontos, outras
atividades com notas de 0 à 10 pontos. Cada atividade foi pensada como uma
continuação, uma levando à outra, um assunto somando ao outro de forma a
consolidar o anterior antes de partir para algo novo. Avaliei da seguinte forma:
-
Questionário: 0 à 5 pontos
-
Weather Disc: 0 à 10 pontos
-
Weather Report: 0 à 5 pontos
-
Natural Events: 0 à 10 pontos
-
Prova final contemplando os conteúdos estudados na sequência didática: 0 à 10
pontos.
-
Recuperação paralela para os alunos que não alcançaram nota 7,0.
Para saber mais, clique AQUI.
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