Trechos
extraídos da palestra “Educação Reinventada” de Salman Khan, realizada no
Brasil (fevereiro de 2013) com apoio da Fundação Lemann.
“A ideia geral é que estamos empenhados
nessa missão e o que é extraordinariamente empolgante sobre isso é que no passado,
quando todo mundo pensava em fazer algo pelos pobres ou pelas pessoas carentes,
dizia-se:
- Ok, o que os ricos têm? O que os ricos
têm é bom. Você sabe, eles têm boas escolas, eles têm... relacionado a qualquer
coisa não necessariamente à Educação. O que eles têm? Eles tem bons hospitais,
boas escolas, bom transporte, água boa e potável. Ou algo assim.
Você diz:
- Ok, bom eu quero ajudar os pobres.
Obviamente, o que os ricos têm é caro, talvez eu possa fazer um versão mais
barata e dá-las aos pobres. E olha, isso é bom porque eles não tinham nada
antes, então vai ajudá-los.
E o que é empolgante sobre o período que
estamos vivendo hoje é que não temos mais de fazer essa diferenciação. Como eu
falei antes Bill Gates usa isso com seus filhos. Literalmente alguém que pode
pagar qualquer coisa para seus filhos decidiu usar esse recurso, o que é
animador, pois os seus filhos, pela primeira vez na história não estão usando
algo parecido, ou talvez eu devesse dizer o contrário, essas meninas órfãos
mongóis não estão usando uma versão mais barata daquilo que as crianças de Bill
Gates estão usando. Eles não estão tendo qualquer tipo de experiência inferior.”
Uma
analogia sobre o ensino da matemática.
“Vamos supor que você esteja construindo
uma casa e o Estado lhe diz que esta semana você tem que construir a fundação.
Você contrata o empreiteiro e diz:
- Ok, nós temos duas semanas para
construir uma fundação. Eu não quero saber como o tempo está. Não me interessa
se seus operários não aparecerem. Não ligo se você não tiver os materiais. Você
tem que construir a fundação.
Então o empreiteiro diz:
- Ok, vou fazer o que puder.
Duas semanas depois você recebe a visita
do inspetor que olha e diz:
- Ok, o concreto está um pouco úmido. Há
uma poça ali. Esta parte não está completamente à altura. Podemos dizer que
está estruturalmente meio fraca. Eu daria uns 80%.
Você diz:
- Ótimo! Dá para passar! Vamos construir
o primeiro andar!
Você faz a mesma coisa e diz para o
empreiteiro:
- Nós temos três semanas para construir
o primeiro andar. Isso é o que o currículo diz para fazer.
Então quando o primeiro andar está
pronto você recebe a visita do inspetor. Ele diz:
- É, eu não sei, algumas lacunas, ali
não está bem de acordo. Eu daria uns 90%.
Você diz:
- Ah! Que ótimo! 90%! Apenas 10% estão
faltando! Vamos construir o 2º andar.
E você continua fazendo isso repetida e
repetidas vezes. De repente, quando estiver construindo o 4º andar, a coisa
toda desmorona.
- Ai, meu Deus! Eu tinha um empreiteiro horrível.
O projeto era horrível. Preciso mudar o currículo.
Porém, o verdadeiro problema era na
verdade, o processo. Você identificou as deficiências, recebeu o inspetor,
identificou pontos fracos, mas construiu por cima.
E isso que está acontecendo mundialmente
nas aulas de matemática. Os alunos tem lacunas em multiplicação, em pré-álgebra
e álgebra, mas ainda são empurrados para frente. Em seguida vão para a
trigonometria e eles entram em cálculo. Eles acabam tendo tantas lacunas que começam
a fingir que estão aprendendo.”
Resposta
que Salman deu ao amigo que sugeriu que fizesse vídeos e postasse no You Tube:
“O you tube é para gatos tocando piano. Não
serve para coisas sérias como a matemática.”
A
Receita Federal dos EUA tem um formulário que pergunta: Qual é sua missão?
Resposta de Salman Khan:
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